MORADORES DE QUICULUNGO SOBREVIVEM DA PERMUTA POR CAUSA DA POBREZA

Por: Simão de Deus

Os moradores do Quiculungo, província do Cuanza Norte, sobrevivem da permuta (troca de diferentes mercadorias), para a sobrevivência por causa da pobreza e da falta de valores monetários.

Segundo uma ronda efectuada este domingo (2), pelo Jornal DESTAQUES, para a compra de vestuários, calçados ou de peixe, só para citar, os cidadãos recorrem à prática de permuta, entregando assim algumas banheiras com bombó ou com ginguba em troca de peixe ou roupas.

Como não bastasse, algumas famílias fazem o contrato de empreitada, ou seja, trabalhar na lavra de um sujeito e em troca recebe barra de sabão, açúcar e sal, só para citar.

Em declarações ao Jornal DESTAQUES, Catarina André, comerciante há vinte anos, realçou que o negócio de permuta nesta zona tem sido rentável.

"Compro a banheira de peixe sardinha no valor de 35 mil kwanzas na praia de Mabunda, em Luanda, e consigo obter cerca de 5 sacos de bombó no Quiculungo, e despacho a mercadoria no mercado de Catinton, na capital do País, no valor de 25 mil kwanzas", salientou.

Rita dos Santos, moradora do Bairro Quimeia, reconheceu que por causa da pobreza tem efetuado o negócio de permuta para a sua sobrevivência.

Para Marcos Gaspar, residente na sede da Vila de Quiculungo, reconheceu que a falta de dinheiro para a compra de certos produtos ou objetos a solução passa pela permuta ou trabalho de empreitada.

Por sua vez, Hélder Venâncio, camponês, é apologista de que para se pôr fim a permuta é preciso que o Executivo crie políticas de facto que não passam apenas por oferecer kits agrícolas.

"O Executivo deve cumprir as promessas eleitorais feitas para a população de Quiculungo, criar investimentos e infra-estruturas que irão facilitar no escoamento dos produtos dos camponeses para as grandes cidades do País", recordou.

O prato típico dos munícipes do Quiculungo é funge de bombó com quizaca.