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INE DIVULGA FALSOS RESULTADOS DO CENSO 2024

Foto do escritor: Portal DestaquesPortal Destaques

Por: Pedro Simão


O Instituto Nacional de Estatística (INE) que realiza de 19 de Setembro a 20 de Dezembro do ano em curso, em todo país, o Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH 2024), no final, provavelmente irá divulgar falsos resultados sobre o Censo. Explico já a seguir o porquê.



O Censo 2024 falhou desde a fase da formação dos formadores que teve lugar na Universidade Jean Piaget, em Luanda, onde alguns ficaram doentes por falta de alimentação já que a formação era das 8 às 18 horas, por quase um mês. Outros tiveram que desistir.


O cenário repetiu-se em Setembro, com os formandos para Agentes de Campo, também era das 8 às 18 horas. Na primeira semana não tiveram alimentação e na segunda semana a alimentação fazia mal a algumas pessoas, e muitas desistiram durante a formação.


E no dia 19 de Setembro que foi a data do início do Censo, oficialmente, apenas arrancou a listagem feita ao Palácio da Cidade Alta, como gesto de inauguração, pelo Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço. Também ocorreu aos governadores provinciais. Depois houve uma paragem total do Censo por falta de distribuição dos materiais aos recenseadores e a falta de merenda para os mesmos, prova disso é que, de 19 de Setembro até 14 de Outubro, os recenseadores não entraram em campo. Os recenseadores só iniciaram o seu trabalho no dia 15 de Outubro, e o prazo do término séria até ao dia 18. E, naquela paralisação também houve muitos desistentes.


Depois, o prazo foi prorrogado para mais 30 dias. Mesmo assim, maior parte dos agentes de campo desistiram por causa da fome, pois não havia sido pago ainda o dinheiro referente ao subsídio das merendas e nem haviam assinado ainda o Contrato quando começaram a trabalhar. E, quando em Novembro pagaram as merendas, alguns receberam outros não, os que não receberam a maioria também desistiu.


Ao passo que, nesta fase do inquérito de cobertura (que decorre de 19 de Novembro a 20 de Dezembro), os poucos recenseadores que continuam, muitos deles também desistiram, são agora pouquíssimos os que estão a dar sequência.


Portanto, com tantas desistências, é impossível haver sucesso. É um Censo sem sucesso por culpa da desordem do INE em todos os aspectos desde da logística até às finanças. Essa é uma das razões que faz com que, maior parte da população não veja os recenseadores a baterem as portas das suas casas, tendo embora que houve também algumas pessoas que não aceitam receber os recenseadores, porque eles querem "saco de arroz e emprego".


Outro motivo do fracasso do Censo é que, um dos critérios de selecção do pessoal na fase de candidaturas era de professores e estudantes universitários. E, com o início das aulas no Ensino Superior, no mês de Outubro, maior parte dos professores e dos estudantes desistiram, e também não houve paralisação das aulas, dos mercados, das igrejas e de outras instituições para que os recenseadores tivessem a oportunidade de encontrar os chefes dos agregados familiares. Porque, se regista também muitas casas fechadas por razões profissionais.


Com a desistência de centenas de recenseadores a cada dia por causa da fome, da falta de remuneração de subsídios e de salário para uns e a não paralisação das aulas, encerramento temporário dos mercados, igrejas e outras instituições para facilitar o Censo, não é possível haver êxito. Desta feita, teremos dados duvidosos ou mesmo falsos resultados do Censo. Porque, se cada agente de campo foi-lhe atribuído uma secção censitária composta 180 a 200 edifícios, fazendo a soma de milhões de recenseadores que desistiram e a paralisação de 19 de Setembro a 14 de Outubro que os recenseadores não entraram em campo, será que é possível termos um resultado real do Censo? Se a maior parte da população não foi recenseada, como é possível haver um resultado aproximado da realidade?


Como uma das provas provadas, é que, a etiqueta do Censo (selo do Censo) serve para identificar que aquela casa ou serviço foi alistada pelo recenseador. A questão é, a nível nacional quantas casas ou serviços que têm etiquetas ou selos do Censo colados na porta?


Fazendo uma comparação entre o Censo de 2014 e o de 2024, a única vantagem deste último é o uso da tecnologia (tablets), ao passo que o primeiro era feito nas folhas. O Censo Piloto esteve equiparado entre o passado e o presente. Mas, de resto, o primeiro foi muito melhor em todos os aspectos.

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