TRUMP PRESSIONA RÚSSIA POR ACORDO DE PAZ E IRRITA KREMLIN COM AUSÊNCIA NAS NEGOCIAÇÕES

Por: Redacção | Portal Destaques.ao

Pela primeira vez na história contemporânea, já se passaram mais de seis meses desde a posse de um presidente dos Estados Unidos sem que tenha ocorrido uma reunião direta com o presidente da Rússia.

Desde que tomou posse a 20 de janeiro deste ano, Donald Trump tem optado por enviar o seu representante especial, Steve Witkoff, para liderar as negociações com Moscovo em torno de um possível acordo de paz com a Ucrânia. Esta escolha tem causado desconforto entre os líderes russos, que esperavam um encontro direto entre chefes de Estado.

Nesta quarta-feira, 6 de Agosto, Witkoff voltou a Moscovo para uma nova ronda de negociações com Vladimir Putin, desta vez a pedido do Kremlin. A reunião acontece em clima de urgência: faltam apenas dois dias para o prazo final imposto por Trump para que Putin aceite os termos de um acordo. Caso contrário, o presidente norte-americano ameaçou impor duras sanções à economia russa e aplicar tarifas de 100% a todos os países que continuarem a importar petróleo russo — com China e Índia no topo da lista.

O Kremlin, no entanto, não se mostra surpreendido com a postura de Trump. Segundo o porta-voz Dmitry Peskov, citado pela agência TASS, as relações bilaterais "sofreram uma deterioração sem precedentes" durante a administração anterior, liderada por Joe Biden. Peskov reconhece ainda que há "uma certa inércia neste processo" e antecipa que "vai demorar até que os esforços para restaurar os laços normais surtam efeito".

Curiosamente, o próprio Trump já havia protagonizado o recorde anterior: durante o seu primeiro mandato, levou cinco meses e 18 dias para se reunir pessoalmente com Putin. Em administrações anteriores, a média de tempo para esse primeiro encontro era de um a cinco meses, segundo cálculos da TASS.