TRUMP ACELERA AMEAÇAS CONTRA RÚSSIA: TARIFAS DE 100% PODEM SER APLICADAS A QUALQUER MOMENTO
- Portal Destaques
- 29 de jul.
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Por: Redacção l Portal Destaques.ao
Duas semanas após dar um ultimato de 50 dias a Vladimir Putin para aceitar um acordo de paz, Donald Trump voltou a subir o tom. Cansado de esperar, o presidente dos EUA avisou, nesta segunda-feira, 28 de julho, que o "castigo" à Rússia poderá chegar antes do prazo, caso o Kremlin não avance rapidamente rumo à paz.
O plano em questão prevê a aplicação de tarifas de 100% a todos os países que continuem a fazer negócios com Moscovo, com foco especial na China, Índia e Brasil. A ideia nasceu no gabinete do senador Lindsey Graham, um conhecido “falcão” da política externa norte-americana, que prometeu “esmagar a economia russa” se Putin não aceitar os termos exigidos por Washington para pôr fim ao conflito.
Inicialmente, Trump ignorou o plano. No entanto, após uma partida de golfe com Graham, mudou subitamente de posição — e antes mesmo de chegar ao primeiro buraco do campo, já estava convencido. A reviravolta alarmou analistas como Jeffrey Sachs (Universidade de Columbia) e John Mearsheimer (Universidade de Chicago), que alertam para as potenciais consequências catastróficas para a economia norte-americana.
Recorde-se que, durante o seu segundo mandato, Trump impôs tarifas semelhantes à China, chegando a 145%. A retaliação de Pequim foi imediata: tarifas equivalentes e suspensão da exportação de terras raras, cruciais para os sectores automóvel, aeroespacial e militar dos EUA. Sachs e Mearsheimer notam que não há sinais de que a China responderia de forma diferente desta vez, o que torna a nova ameaça ainda mais arriscada.
Trump fez a nova declaração bombástica na Escócia, durante uma visita ao seu campo de golfe e empreendimento turístico. No local, também se reuniu com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, que, a par do chanceler alemão Friedrich Merz, é um dos mais entusiásticos defensores de uma intervenção direta do Ocidente na guerra ao lado da Ucrânia.
A decisão de encurtar o prazo dos 50 dias foi anunciada pouco antes do encontro com Starmer. Trump disse-se “muito desapontado” com Putin e afirmou que não espera mudanças significativas por parte do Kremlin, independentemente dos dias adicionais concedidos. Por isso, garantiu que as tarifas serão aplicadas em breve.
A resposta russa permanece inalterada. Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, Moscovo exige que quaisquer negociações com os EUA abordem as causas profundas do conflito, nomeadamente:
A neutralidade da Ucrânia;
O respeito pelas minorias russófonas;
E o reconhecimento das regiões anexadas em 2014 e 2022 como parte legítima da Federação Russa.
Enquanto isso, a ofensiva militar russa intensifica-se, com avanços significativos no terreno e aumento de ataques com drones e mísseis em várias regiões ucranianas. Os alvos principais têm sido infraestruturas militares e armazéns de equipamento ocidental.
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