PN QUER FIM IMEDIATO DOS "LOTADORES" DE TÁXIS POR AMEAÇA À SEGURANÇA PÚBLICA
- Portal Destaques
- 1 de ago.
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Por: Redacção l Portal Destaques.ao
A Polícia Nacional (PN) defendeu, esta semana, a proibição imediata da actividade dos chamados "lotadores" nas paragens de táxis, por considerar que estes representam uma ameaça à segurança pública e não têm qualquer respaldo legal.
Segundo apurou o Novo Jornal, os “lotadores” — jovens sem qualificação profissional que, em grupos de cinco a dez pessoas, angariam passageiros para os táxis colectivos — controlam as paragens, exigem pagamentos obrigatórios aos taxistas e, em casos de recusa, ameaçam com agressões ou vandalização das viaturas.
O comissário Mateus Rodrigues, porta-voz da PN, afirma que esta função deveria ser da responsabilidade das administrações municipais e dos governos provinciais, não de indivíduos que actuam à margem da lei. “O simples acto de encher viaturas com passageiros não é crime. O problema está na cobrança de dinheiro e nas agressões”, explicou.
A polícia aponta ainda que, em situações de greve dos taxistas, como a recente paralisação em Luanda, são frequentemente os “lotadores” os primeiros a desencadear actos de arruaça e desordem pública. A mais recente greve terminou com confrontos violentos entre jovens e forças policiais, resultando na morte de 29 cidadãos.
Por sua vez, Geraldo Wanga, presidente do Sindicato dos Taxistas de Angola (STA) e fundador da Associação Nova Aliança dos Taxistas (ANATA), reconhece a importância da função exercida pelos “lotadores”, mas defende que o Governo deve reorganizar a classe, permitindo que actuem de forma legal e estruturada. “No sector dos transportes, os ‘lotadores’ fazem falta e há espaço para que actuem de forma organizada e participativa”, afirmou.
Apesar da sua influência nas operações do transporte urbano, juristas ouvidos pelo Novo Jornal confirmam que a actividade de “lotador” é ilegal e carece de qualquer enquadramento jurídico. A Polícia Nacional reforça que, uma vez proibida a prática, a persistência na actividade poderá configurar crime de desobediência.
“Não se deve esperar que cometam crimes para se actuar. As autoridades devem proibir a actividade antes que se repitam tragédias como as que vivemos recentemente”, alertou Mateus Rodrigues.
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