IMUT CONTESTA SUSPENSÃO E NEGA ACUSAÇÕES DE VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS
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Por: Ernesto João | Portal Destaques.ao
O Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR) anunciou nesta segunda-feira, 14 de julho, a revogação do reconhecimento oficial da Igreja Mensagem do Último Tempo (IMUT), alegando que a mesma estaria a incorrer em práticas que violam gravemente os direitos fundamentais dos cidadãos. Entre as acusações, constam privação de liberdade, manipulação psicológica – sobretudo de mulheres e adolescentes – além de ações que desestruturam famílias e contribuem para a instabilidade social nas comunidades onde a igreja atua.
Segundo o comunicado do INAR, e após parecer do Ministério Público, o Ministério da Cultura decidiu proibir toda e qualquer atividade da IMUT em território nacional.
Em resposta, a IMUT convocou uma conferência de imprensa nesta terça-feira, 15 de julho, no seu Templo Central “Tabernáculo de Luanda”, localizado no Bairro Palanca, Município do Kilamba Kiaxi, em Luanda, onde contestou a decisão das autoridades.
O Diretor do Gabinete de Comunicação da igreja, Mayenga Miguel, afirmou que a instituição não foi notificada formalmente de qualquer decisão administrativa ou judicial relacionada com a revogação do seu reconhecimento.
“Respondemos, não com ressentimento, mas com verdade. Tal como o apóstolo Paulo que, por vezes, teve de dar razão da sua fé diante de autoridades, também nós nos apresentamos diante dos jornalistas e da comunidade cristã para afirmar: em nada nos achamos culpados destas acusações”, declarou Miguel.
A IMUT destaca que está devidamente registada na Conservatória dos Registos Centrais sob o n.º 07, Diário n.º 483, e reconhecida oficialmente pela República de Angola através do Decreto Executivo n.º 40/96, de julho de 1996, publicado no Diário da República – Iª Série n.º 30. O seu representante legal é o Reverendo Pastor Fernando Kamalandua.
Com mais de 96 mil fiéis e 431 assembleias espalhadas pelas 21 províncias do país, a IMUT afirma que tem promovido valores de cidadania, reconciliação familiar, ética e princípios cristãos.
“A nossa missão é libertar, não encarcerar. É restaurar, não manipular. É unir, não dividir. Condenamos qualquer prática que atente contra os direitos fundamentais da pessoa humana. Os nossos cultos são abertos e acessíveis a toda a sociedade”, acrescentou o porta-voz.
Já o Diretor do Gabinete Jurídico da IMUT, Salvador Francisco, revelou que a igreja só teve conhecimento da decisão através da Televisão Pública de Angola (TPA), e que não recebeu qualquer notificação oficial do INAR.
“Vamos continuar a realizar os nossos cultos normalmente, aos domingos e durante a semana, conforme o nosso programa”, garantiu Salvador Francisco.
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