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FLORBELA MALAQUIAS SOB FOGO: ACUSADA DE GESTÃO DANOSA, MAS GARANTE LEGITIMIDADE

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    Portal Destaques
  • 17 de ago.
  • 2 min de leitura

Por: Ernesto João l Portal Destaques.ao


O Partido Humanista de Angola (PHA) vive um dos momentos mais tensos da sua curta história, com a direcção dividida em torno do futuro da sua líder, Florbela Catarina Malaquias.


Neste sábado, 16 de Agosto, a Comissão Política Nacional do partido anunciou a destituição imediata de Florbela Catarina Malaquias do cargo de presidente, justificando a medida com graves violações estatutárias e actos de gestão danosa.


Segundo o relatório disciplinar analisado pelo órgão, Florbela Malaquias é acusada de transferir mais de 96 milhões Kz de fundos partidários para contas particulares, usar 4 milhões Kz em benefício próprio, pagar quotas pessoais com dinheiro do partido, alienar um veículo Toyota Hilux a favor do filho, além de não apresentar contas de gestão de 2023 e 2024.


Para a Comissão Política Nacional, tais práticas configuram infracções disciplinares graves, previstas nos estatutos, justificando a aplicação da pena máxima: a DESTITUIÇÃO. O comunicado, tornado público por Ivo Gonçalves Ginguma, presidente em exercício, sublinha ainda que o “conflito já não é intrapartidário, mas entre a cidadã Florbela Malaquias e a Lei”, anunciando que o caso será remetido à Assembleia Nacional, ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público.


No entanto, poucas horas depois, a ala de Florbela Malaquias respondeu com um comunicado oficial, classificando a decisão como “falsa, ilegal e destituída de qualquer efeito jurídico ou político”.


Segundo a dirigente, apenas a Convenção Nacional, órgão supremo do partido, tem competência para deliberar sobre a sua substituição. Assim, qualquer decisão tomada fora desse fórum “constitui usurpação de funções e atentado à legalidade democrática interna”.


Florbela Malaquias assegura que permanece no pleno exercício das suas funções, com a legitimidade conferida pela Assembleia Constituinte e reconhecida pelas instituições do Estado. Afirmou ainda que a direcção legítima prepara a realização da I Convenção Nacional do PHA, agendada para 30 de Agosto de 2025, sendo que, até lá, a Comissão Provisória Preparatória está em funções.


Enquanto uma ala acusa Florbela de ter “violado a ética, a legalidade e os princípios humanistas”, a própria rejeita a decisão e pede serenidade aos militantes, afirmando que tudo não passa de uma manobra divisionista.


A crise interna deixa o Partido Humanista de Angola mergulhado numa disputa de legitimidade, com duas narrativas em confronto: de um lado, a Comissão Política Nacional que afirma ter destituído a líder; do outro, Florbela Malaquias, que continua a reivindicar a presidência e garante que apenas a Convenção pode decidir o seu futuro.

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