NADA MAIS FALSO QUEM NOS DERA QUE O PATRÃO FOSSE O POVO, LIMA EXIGE ALTERNÂNCIA
- Portal Destaques
- 29 de jun.
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Por: Ernesto João | Portal Destaques.ao
A Liga da Mulher Angolana (LIMA), braço feminino da UNITA, celebrou neste sábado, 28 de Junho, no Sovsmo, município de Viana (Luanda), o acto central das comemorações do seu 53.º aniversário, sob o lema “Mulheres Unidas para a Alternância do Poder”.
A organização foi fundada a 18 de Junho de 1972 por iniciativa do presidente fundador da UNITA, Dr. Jonas Malheiro Savimbi, no contexto da luta anti-colonial. Segundo o actual presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, a criação da LIMA traduziu uma visão estratégica clara de inclusão da mulher na luta pela libertação nacional.
“A fundação da LIMA correspondeu a uma visão estratégica do presidente Savimbi, contribuindo para a valorização e dignificação da mulher angolana, num gesto que antecipava as preocupações hoje defendidas pelas Nações Unidas em relação aos direitos das mulheres e das crianças”, afirmou Adalberto.
Num discurso marcado por críticas ao regime, Adalberto incentivou as mulheres a tomarem nas mãos a própria luta.
“A vossa emancipação não deve ser uma dádiva dos homens, mas uma conquista vossa”, encorajou.
O líder da UNITA lamentou o esquecimento a que foram votadas figuras femininas da história do partido e denunciou a exclusão dessas heroínas na narrativa oficial do Estado angolano.
“A memória histórica registou, e nós devemos exaltar e trazer sempre à memória colectiva o percurso nobre de ilustres mulheres da UNITA. O Estado não lhes ergueu estátuas nem memoriais; compete-nos mantê-las vivas na memória colectiva”, sublinhou.
Adalberto Costa Júnior reforçou ainda que os 50 anos de Independência e de Paz não melhoraram de forma significativa a vida das famílias angolanas, sobretudo das mulheres.
“A mulher angolana continua a ser o rosto da pobreza. Nada mais falso quando dizem que o patrão é o povo. Quem nos dera que fosse! Mas para nós da UNITA, o serviço é a nossa missão”, destacou.
O político criticou duramente a submissão de partidos como a FNLA e o PRS ao partido no poder, alegando que votam resoluções que distorcem a vontade popular expressa nas urnas.
“Se o patrão fosse o povo, essas propostas seriam retiradas amanhã. Se o patrão fosse o povo, o Tribunal Constitucional não continuaria a ignorar a soberania popular, mas sim as ordens superiores”, declarou com veemência.
A presidente da LIMA, Cesaltina Antonieta Kulanda, destacou o papel transformador da organização e a preparação da mulher angolana para novos desafios políticos, sociais e económicos.
“A mulher angolana está mais preparada do que nunca para assumir o seu lugar na vida política do país. A LIMA será a escola de cidadania e o escudo dos mais vulneráveis na Angola profunda”, assegurou.
Já Miraldina Jamba, presidente do Conselho de Ética da LIMA, elogiou o modelo democrático interno da organização.
“A LIMA é exemplo de democracia interna. As suas presidentes são eleitas pelas delegadas ao congresso. Isso mostra maturidade política”, afirmou.
Durante o evento, foram homenageadas várias personalidades que contribuíram para o engrandecimento da LIMA, com destaque para o Presidente da UNITA e a sua esposa.
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