Esta foto, retirada do baú das memórias do jornalismo. Faz uns 15/16 anos desde que a mesma foi feita.
Por: Agostinho Gayeta
O facto marcante deste dia em que participamos de um seminário sobre "Jornalismo e cobertura de eleições" cujo prelector foi o renomado jornalista Luís Costa Ribas, na altura correspondente da SIC nos EUA, foi a questão levantada pelo Ernesto Bartolomeu, editor e pivôt do telejornal da TPA1.
"Como posso ser isento e equilibrado no jornalismo se volta e meia ao longo do jornal chegam os papéis,as notícias enviadas pelo partido e que dizem logo que devem passar, por ordem superior".Foi mais ou menos assim, salvo algum lapso de memória.
A questão provocou estalos na sala. Alguns murmuraram em surdina,mas nada parecia ser grave. Era um " evento técnico", apropriado para dissipar eventuais dúvidas e possíveis omissões resultantes do labor jornalístico. Estava no auditório do CEFOJOR toda a nata de dirigentes de órgãos de comunicação social e escribas da mais alta envergadura da capital angolana (salvo alguma hipérbole).
O assunto tornou-se notícia uma semana depois no então Jornal Angolense. Foi a partir do texto jornalístico, publicado pelo extinto jornal, que as "ordens superiores" na altura decidiram "castigar o que foi feito", tendo o assunto merecido análise devida e, de seguida, veio a orientação para suspensão do mais premiado pivôt da estação pública de TV.
E o resto da história foi uma longa e colorida travessia no deserto por parte de Ernesto Bartolomeu cujo teor é de domínio público.
NT:
Da esquerda para direita: Carlos Contreiras (TPA), Agostinho Gayeta e Mukwá Kilunge
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