Dom Afonso Nunes é acusado de autoproclamação como líder dos Tocoístas, afirma pastor Julião Catemba Por: Ernesto João
- Portal Destaques
- 26 de mai.
- 2 min de leitura
O pastor Julião Jundo Catemba, uma das figuras da liderança da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo – os “Tocoístas”, convocou uma conferência de imprensa no último sábado (24), no município de Cacuaco, em Luanda, onde fez revelações contundentes sobre a divisão interna na igreja e criticou a postura de Dom Afonso Nunes, a quem acusa de se auto-proclamar chefe espiritual da denominação..
Segundo o pastor, as divisões começaram logo após a morte do fundador da igreja, Simão Gonçalves Toco.
“Enquanto ele esteve em vida, a igreja era una e indivisível”, afirmou.
Adiantou que o primeiro grande desentendimento surgiu durante o período de luto: havia um consenso para que o luto durasse dois meses, mas uma suposta profecia alterou o curso dos acontecimentos.
“Apareceu um adolescente vindo do Huambo, que dizia que o luto deveria durar três meses, e isso dividiu os fiéis”, disse o pastor, revelando que parte dos crentes manteve o luto por 60 dias e outra parte por 90, baseando-se na “voz do espiritual”.
O pastor relatou que, após esse episódio, a liderança da igreja foi assumida por Jaílson Mato Lutango, mas a paz interna não foi restaurada. “Havia acordos que não foram cumpridos, como a compra de instrumentos musicais.
O dinheiro foi desviado, e a direcção perdeu o foco”, lamentou
Julião Catemba, acrescentou que actualmente a igreja está dividida em 14 alas, embora apenas 13 estejam oficialmente registradas.
Um dos momentos mais críticos, segundo Catemba, foi a ascensão de Dom Afonso Nunes, que teria chegado do Negage (Uíge) em 2000 com uma missão espiritual, mas acabou por se impor como líder da igreja.
“Ele se autoproclamouchefe sem passar por nenhum congresso ou ser nomeado por qualquer órgão da igreja”, denunciou.
Julião Catemba afirmou que o congresso realizado em dezembro de 2000, denominado por Dom Afonso como “Congresso da Mudança”, foi marcado por ameaças de morte a qualquer tentativa de contrariar as decisões, excepto na esfera doutrinal.
O pastor ainda revelou um trágico episódio que agravou a crise interna: “Na madrugada de 1 de setembro daquele ano, sete famílias foram embalsamadas com uma bomba misteriosa e morreram”.
Em resposta realizou -se um congresso alternativo entre os dias 21 e 23 de junho de 2001, na província da Huíla, cujas conclusões foram enviadas ao governo.
Julião Catemba estima que a sua ala reúna mais de 40 mil fiéis em todo o país e promete continuar a lutar pela legitimidade e unidade dentro do Tocoísmo.
O portal Destaques.ao continuará a acompanhar os desdobramentos desta complexa disputa pela liderança espiritual dos Tocoístas.
Comentarios