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ABANDONO TOTAL: ADMINISTRADOR DA MAIANGA IGNORA VALA DE LIXO QUE JÁ MATOU E EXPÔS CRIANÇAS À CÓLERA

  • Foto do escritor: Portal Destaques
    Portal Destaques
  • 24 de jun.
  • 2 min de leitura

A situação de abandono sanitário na Rua nº 68 – Terra Vermelha, no Bairro Cassequel (Maianga), atingiu um ponto crítico. Os Moradores denunciam a existência de uma vala de lixo a céu aberto que, há anos, representa um foco de doenças, incluindo casos confirmados de cólera, e exigem uma resposta imediata das autoridades locais.


Por: Ernesto João | Portal Destaques.ao


“Senhor Administrador Paca, se está difícil trabalhar, deixa o cargo para quem realmente tem competência e quer trabalhar”, desabafam os moradores, revoltados com o que consideram ser uma gestão ineficaz por parte da Administração Municipal da Maianga.

Helena Kissanga, mãe de três filhos, relata com angústia o impacto da lixeira na vida das crianças.


“Aqui já houve casos de cólera. As crianças brincam na lixeira como se fosse um parque, como mães, não conseguimos protegê-las 24 horas por dia.”


A idosa Marcela Matadi, de 65 anos, viu a sua casa desabar após enxurradas, agravadas pela má drenagem da vala, desabafou que outras famílias também abandonaram as suas e que à água suja invade tudo.


Além dos riscos de saúde, os moradores enfrentam dificuldades de mobilidade entre os municípios da Maianga e Kilamba Kiaxi, por falta de uma ponte segura.

Jovens da comunidade improvisaram uma travessia, construída com materiais adquiridos por doações, mas o uso exige pagamento diário.


O morador António Vieira denuncia o pagamento de 100 kwanzas todos os dias para atravessar. À noite, há pessoas a carregar outras às costas por esse valor.


"Já reportámos à Administração, mas não tivemos resposta.”


Marcos Virgílio, outro residente, considera a situação humilhante porque durante a noite, levam pessoas às costas para atravessar.

"Isso não é vida digna.”


Vieira André, responsável pela manutenção da ponte improvisada, explica que sem essa contribuição, os vândalos já teriam desmontado tudo.


 "Comprámos ferros, madeira e cuidamos da travessia."


Contactado pelo Portal Destaques.ao, o Administrador Municipal da Maianga, Pedro Orlando Afonso Paca, afirmou que a limpeza da vala é competência da empresa pública Elisal e que estão a trabalhar em estreita colaboração com a referida instituição e a UTGSL, para a resolução do problema mas que ainda não sabe quando deverão arrancar os trabalhos.


Entretanto, a Elisal, segundo fontes locais, não possui contrato activo com a Administração da Maianga, o que deixa a comunidade num limbo de indefinição e riscos contínuos.


Cansados de promessas, os moradores exigem medidas concretas, como abertura da vala, limpeza e construção de uma ponte.


O caso da Rua 68 reflecte o drama urbano vivido por várias comunidades em Luanda, onde a ausência de saneamento básico, aliada à falta de resposta institucional, transforma zonas residenciais em focos de risco sanitário.

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